domingo, 27 de junho de 2010

O mundo é mesmo cheio de achismos.

Os jurados tomaram conta dos programas ao vivo, hoje e sempre.
É incrível a quantidade de artistas, das mais diversas áreas, participarem de concursos de dança, canto, talentos em geral e serem julgados por outros artistas que não entendem nada da modalidade que estão julgando.
Acho legal a superação, mostrar outras possibilidades, caras, modos, roupagem. Mas dispor-se a julgar o outro, baseado em impressões próprias, ou seja, achismos, é demais. Não estou desvalorizando as impressões, opiniões, percepções que temos, de forma alguma; mas daí a julgar algo que tem um forte lado técnico, sem o menor conhecimento daquilo, só porque faz parte do elenco da emissora x, no ar com a novela y, aí é muito forte pra mim.
Não gostaria de me submeter a isso. Julgar o outro - que está se superando em algo amadoramente, é "injulgável".
Essa minha postura talvez seja por detestar concursos, avaliações, ser posto a prova. Mas não creio que seja um privilégio só meu esse desgostar. Menos ainda em rede nacional.
Aí ficam os "juris artísticos" dando 10 pra todo mundo, com um sorriso amarelo no rosto porque não tem argumento suficiente, senão o aXismo, pra justificar uma nota que não o 10 e assim, ficar mal na foto.
Não tenho obrigação de saber tudo, opinar sobre tudo; mesmo sendo ex-professor, graduado em história, artista.
Me reservo o direito de não saber, de não julgar. Admirar, valorizar, querer bem. "AXAR" particularmente.

Estranhos conhecidos.


Pude observar, muito recentemente, amizades não continuarem as mesmas apenas porque entrou, na vida de um, o marido, namorado, um outro amigo... As pessoas desaprenderam a agregar.
O ser humano se desfaz de coisas e do outro com uma facilidade!, como se o tempo realmente entre duas pessoas não tivesse existido. Aqueles momentos de confissão, cumplicidade de olhares, transformam-se em olhares tímidos, desconhecidos, julgadores, inquisidores. Isso tudo num contexto altamente favorável à amizade, com outros amigos, parceiros, respeito, sorrisos.
Um ano é capaz de desconstruir o que foi construído em dez. Incrível! Você deixa de ser considerado, risinhos entram no cenário quando uma "piadinha interna" acontece e você se percebe não entender, fica sem graça, sai, não volta.

Escolhas excluem, escolhas incluem.

As coisas acontecem, você não toma partido, mas você toma partido sim, e coisas não mais acontecem.

Beijo a todos os conhecidos, amigos reais e virtuais, blogueiros - que agora fazerm parte de mim.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Perdas aniversariando.


 
Um ano sem Michael Jackson, 20 anos sem Cazuza.

Só pra citar homenagens recentes a serem feitas por um canal de TV.
Referência mundial e nacional do cantar, de forte expressão, coragem e marcas de uma época.
Mas fica a pergunta... meus heróis vão todos morrer? Vamos perder as referências masculinas todas da arte? Grandes cantores morreram.
Verdadeiros gênios, personagens célebres. Foram e serão, eternamente, grandes nomes, artistas, reis.
As letras do Cazuza, seu cantar; os passos e mexer do corpo do Michael, nossa! Suas marcantes personalidades.
Dois homens e suas vozes. Vozes do mundo falado através de dois seres que, basta olhar, vemos meninos. Maluquices, meninices, inconsequencias, purezas - sim, acredito na pureza dos dois, maravilhas, coragem.
Foram homens que não se esconderam, trouxeram a público, por vontade própria ou não - isso é detalhe indiscutível, suas fraquezas, medos, anseios; mostraram que podemos ser melhores, um pouquinho que seja, mas melhores.
Mostraram a cara, Brasil!

Michael Jackson

1 ano sem Michael.

Minha singela homenagem:

Scream

http://www.youtube.com/watch?v=w1Zl1stDsUI
Tired of injustice

Tired of the schemes
Life is disgustin'
So what does it mean, damnit
Kicking me down
I got to get up
As jacked as it sounds
The whole system sucks, damnit

Peek in the shadow
Come into the light
You tell me I'm wrong
Then you better prove you're right
You're sellin' out souls but
I care about mine
I've got to get stronger
And I won't give up the fight

With such confusions
Don't it make you wanna scream
(Make you wanna scream)
Your bash abusin'
Victimize within the scheme
You try to cope with every lie they scrutinize
Somebody please have mercy
'Cause I just can't take it

Stop pressurin' me
Just stop pressurin' me
Stop pressurin' me
Make me wanna scream
Stop pressurin' me
Just stop pressurin' me
Stop pressurin' me
Make me wanna scream

Tired of your tellin'
(Tellin')
The story your way
(The story your way)
You're causin' confusion
(Confusion)
Then think it's okay, damnit

Keep changin' the rules
While you're playin' the game
I can't take it much longer
I think I might go insane

(Now, baby)
With such confusion
Don't it make you wanna scream
(Make you wanna scream)
Your bash abusin'
Victimize within the scheme
(Scream it baby)
You find your pleasure scandalizin' every lie
Oh father, please have mercy
'Cause I just can't take it

Stop pressurin' me
Just stop pressurin' me
Stop pressurin' me
Make me wanna scream
Stop pressurin' me
Just stop pressurin' me
Stop fuckin' with me
Make me wanna scream

Oh, my God, can't believe what I saw
As I turned on the TV this evening
I was disgusted by all the injustice
All the injustice
All the injustice

"A man has been brutally beaten to death by Police after being wrongly identified as a robbery suspect. The man was an 18 year old black male..."

Yeah yeah
Baby

With such collusions
Don't it make you wanna scream
(Make you wanna scream)
Your bash abusin'
(Make you wanna scream)
Victimize within the scheme
You try to cope with every lie they scrutinize
Oh brother please have mercy
'Cause I just can't take it
Just can't take it

Stop pressurin' me
Just stop pressurin' me
Stop pressurin' me
Make me wanna scream
Stop pressurin' me
Just stop pressurin' me
Stop pressurin' me
Make me wanna scream

Stop pressurin' me
Just stop pressurin' me
Stop pressurin' me
Make me wanna scream
Stop pressurin' me
Just stop pressurin' me
Stop pressurin' me
Make me wanna scream

Stop your pressure!

Cada macaco no seu galho.

Tenho observado, refletido...
Quem disse que jogador é celebridade? Que comentarista esportivo tem que opinar sobre tudo arrogantemente?
Tenho ficado de saco cheio de certas coisas... "Projetos de diretores" destratando as pessoas, equipe, figuração... mas quando chega o "elenco" fica pianinho, lembra que é um simples mortal, como figuração, equipe e elenco.
Arrogância é um defeito tão feio, não que outros defeitos sejam bonitos, mas esse... é inominável.
A arrogancia é um misto de vaidade com incompetência e insegurança e sabe lá Deus o quê mais!?. É tanta coisa ruim junto que desanima. Esse tipo de gente só merece nosso perdão; sim, porque somos as vítimas desses seres despreparados na relação com outros seres - até as plantas eles destratam.
As pessoas esquecem que ocupam um cargo e que são pagas pra cumprir com aquilo, da melhor maneira possível, mas com o título daquela profissão; jogador é jogador, ator é ator, jornalista é jornalista, padre é padre, professor é professor e cada profissional é o profissional para aquilo que se preparou, e não pra (ia me esquecendo - estou vendo a novela - modelos (a sua maioria) deveriam continuar modelos, apenas) por aí brincando de celebridades.
O que é celebridade? Dicionários trazem como "personagem célebre", adolescentes julgam célebre o elenco de... bom, melhor nem citar.  Da Vinci, Michelangelo, Raul Cortez, Marilia Pêra, Marcos Caruso, jovens como Aline Moraes, Daniel de Oliveira, Maria Bethânia, Ana Carolina, Adriana Calcanhoto... célebres em seus ofícios, verdadeiros  de alma no que fazem. Não popularescos. Enfim, educação não é pra todos, cultura... e "góstos" a gente lamenta.

Não sei o que está acontecendo com o mundo, quem tem talento, vocação não tem chance... ou pelo menos não está onde deveria.

(longa pausa - vendo "Ídolos")

Gente, o que há com o Brasil? Tanta gente boa espalhada nesse país-continente. Vozes lindas, caras novas, frescor. Por que repetir sempre o mesmo? apostar na mesma fórmula? não mexer no time que já não está mais ganhando?

Algo tem que mudar, vamos tomar as praças, nos apresentar, manifestarmos, mostrar que há mais no povo, do povo, da gente.

Pra puta que pariu tudo. Cansei.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Vendo e-mails, ouvindo a rádio, a conversa ao telefone no fundo...
escrevendo sem rumo.
Chego a ouvir a voz de quem está do outro lado do telefone (e a conversa nem era comigo), não sei se fala alto, se as respirações aqui estão muito baixas, se passei a ter uma super audição - tomara!!! - até ouvir pensamentos. rsrs

Bom, acordei hoje com uma vontade enorme de postar esta música, que é uma das minhas prediletas, cantada pela maior intérprete do Brasil, Maria Bethânia. E claro, graças ao santo youtube, também disponibilizo a imagem.

Dona do Dom
                           Chico César

http://www.youtube.com/watch?v=sAbtYrjxTWA&feature=player_embedded


"Dona do dom que Deus me deu
Sei que é ele a mim que me possui
E as pedras do que sou dilui
E eleva em nuvens de poeira
Mesmo que às vezes eu não queira
Me faz sempre ser o que sou e fui
Eu quero, quero, quero, quero ser sim
Esse serafim de procissão do interior
Com as asas de isopor
E as sandálias gastas como gestos de um pastor

Presa do dom que Deus me pôs
Sei que é ele a mim que me liberta
E sopra a vida quando as horas mortas
Homens e mulheres vêm sofrer de alegria
Gim, fumaça, dor, microfonia
E ainda me faz ser o que sem ele não seria
Eu quero, quero, quero, é claro que sim
Iluminar o escuro com meu bustiê carmim
Mesmo quando choro
E adivinho que é esse o meu fim

Plena do dom que Deus me deu
Sei que é ele a mim que me ausenta
E quando nada do que eu sou canta
E o silêncio cava grotas tão profundas
Pois mesmo aí na pedra ainda
Ele me faz ser o que em mim nunca se finda
Eu quero, quero, quero, quero ser sim
Essa ave frágil que avoa no sertão
O oco do bambu
Apito do acaso
A flauta da imensidão"

Essa música está no "Maricotinha ao vivo", cd que adoro, ouço sem parar e, incrivelmente, não consigo decorar as músicas - penso que fico tão inebriado com ela cantando, que nem ouso. É uma heresia.
Acho minha voz linda, mas cantando, meu amigo... um verdadeiro desastre, pássaros voam, animais correm, pessoas se afastam; me sinto um incêndio.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Não é poema, não é conto. É eu.

Meio triste, meio blasé...
Vai saber!
Tentando entender o porquê
contorso
distorso
retorso
explodo
ajeito.
experimento
tento
não entendo
bobagem;
nem sei bem o que quero
como quero
fazer?

Assumo do outro
tudo vira regra
tudo vira verdade
tudo unanimidade
tudo burrice!
Já dizia o poeta.

E eu?
me perco em mim
falho ao entender
me saber
reconhecer.

Atenção!
erro?
confissão?
sucesso?
expiar?
melhor?
profissão?
família?

Não, a possiblidade do fracasso e leveza do talvez relativizam tudo, retira o Cristo da cruz e o faz homem. Me aproxima do Deus da felicidade.
Chega de expectativas, pressões, expressões, correrias nos passeios, correria no caminhar, perguntas sobre nada, discussões razas, futilidades profundas, braços armados, inimigos na cama.

O outro me destrói.
Me roubaram da minha bolha.
Bela teoria.

domingo, 20 de junho de 2010

Me ajudem!!!!


Chegou a hora. Acabou o ontem, estou passando pelo hoje e não dá mais pra adiar esta terrível questão: o que fazer com os braços na hora de dormir?

Não ria, não tem graça. Você pode até não passar por isso, mas há quem passe e é bem sério. Faça uma enquete, quem dorme de ladinho? Essas são as vítimas do 'onde pôr os braços'. Se for dormir de conchinha então, lá está o membro entre você e seu namorado. Sem contar que são ainda mais 2 (dois) braços. Aff!
Já tentei de tudo, dormir de bruços, barriga pra cima... mas não consigo e, pra fazê-lo pendurado não dá; bem, ainda não tentei dar uma de morcego.
Bate um desespero na hora de dormir, põe os braços pra cima, depois pra baixo ao longo do corpo, um embaixo e outro sobre o travesseiro, um no travesseiro dentro da fronha e o outro sobre a lateral do corpo com o pulso sobre a bunda; são tantas as formas que quase já me dei um nó. Eu não encontro jeito, e não é que eu queira perder os braços ou comê-los como um coiote, mas bem que poderiam ser os únicos membros com tarrachas!. Até acontece de encontrar rápido uma boa posição, mas aí eles suam, não gostam do contato entre si, um desespero.
E, embora sejam dois braços, me sinto tão só em minha profunda angústia noturna! Não há o que possa ser feito, não há quem possa me ajudar, senão um coiote, e esse eu não quero.
Bom, o que não tem solução, solucionado está, diz uma sábia tia minha, mas eu precisava dividir isso aqui. Uma já se manifestou, o que muito acalentou o meu coraçãozinho, tomara outros mais me entendam, mas não me julguem, agradeço a Deus por ser fisicamente perfeito e são.

É também estou um pouco mais religioso hoje, fui a um batizado.

Não paro.

A noite está recheada, Marina Lima, Zizi Possi, Luiza Possi, Serginho Groisman, Mônica Waldvogel, Marcio A. Nicolau e Eu.
É, tô me achando sim o recheio da última bolacha.
Aprendendo a me valorizar, descobrindo e despertando, intensamente, os desejos, o talento e a vocação que pulsam, vibram dentro de mim como um vulcão prestes a explodir, tapar o céu e tremer a terra. Mas pelo bem e para construção.
Observo muito, me encontro às avessas nos mais variados seres, no natural.
Faço parte do UNIVERSO, Ele faz parte de mim. Vibramos na mesma sintonia: instintiva, mutante, crescente, reinante, latente, marcante, pensante, paradoxal, sensorialmente.

Viver, escrever:
descobrir palavras
brincar com fonemas,
poesias, contos e poemas.
Dilemas?
Estratagemas.

Influência-sujeitado x sujeito-influenciado

Feliz e triste ao mesmo tempo, será possivel, e por um mesmo ser?

É curioso como um ser "virtual" na comunicação mas muito real em expressão pode mexer conosco. À tarde queria escrever sobre como os braços nos atrapalham pra dormir: não há onde pô-los (rs), mas agora, após algumas leituras... falo da Marina Lima;
de uma influência gostosa, prazerosa, (li há pouco num blog a autora confessando-se, felizmente, influenciável, e eu também alegre com isso - recente, ou talvez nem tanto assim, já que o Marcio fala dela há três anos e meio).
Marina deu uma entrevista à revista MITSUBISHI que traz suas superações, resoluções, uma mulher à beira dos 55 anos.
Ela é uma artista que chama a minha atenção por sua história - pouco conhecida por mim, penso -, por sua voz e cantar que sempre, mesmo antes desse ponto de contato, me remetem ao Rio de Janeiro. Ouvir Marina me faz sentir o cheiro do Rio, não os de gasolina e batata frita como a Bethânia sentia quando chegou a Copacabana, mas um cheiro de história, vida, liberdade, auto-conhecimento, auto-expressão, de encontrar-me, desvendar-me, cheiro de mim. Marina Lima, em minha vida e expressão é sinônimo de Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa.
A Ana Carolina canta "as fotos que eu tirei de você só revelaram a mim" e Marina revela a mim e à minha força de vida, minha espontaneidade, minha criatividade, minha arte em seu cantar; talvez mais antes que hoje, mas ainda assim é a única em quem reconheço isso de mim; sim, por minha idolatria e sua proximidade com o Rio de Janeiro, mas é ela a única capaz de me proporcionar tal prazer.
Ah!, temos algo em comum, ela morou na Lagoa por 12 anos; eu, desde os 12 sonho em morar lá.
Percebia em Lima um peso, fardo (talvez), metodicidade - que reconheço, AINDA, em mim. Mas na entrevista citada acima ela está leve, jovial, bem resolvida, num estado invejado até; muito desejado por mim, pelo menos (venho lutando por leveza e resoluções há tempos, e espero não precisar - como vi em "Sentido", no blog InterTextual - "nem uma vida inteira basta"). Tenho urgência! E não creio ser algo da juventude, sim de quem está sedento como estou,? é como sou!.
Vi tantas imagens em sua entrevista, me emocionei num tamanho sem igual. Ela completará 55 anos em setembro, eu 28 em agosto e me sinto indo bem em minha jornada. Estou aprendendo sobre mim coisas inimagináveis, descobrindo um EU fantástico que escondo debaixo de valores, morais e manias que não são pertences meus, coisas completamente descartáveis que, ao largá-las à margem de meu caminho, me permitirão alcançar, não o que ela alcançou no auge de seus quase cinquenta e cinco anos, mas o que posso alcançar de mim e em mim no auge dos meus quase vinte e oito anos. A gente se camufla em bobagens, bagagens-pesos que não nos permitem nos mostrar inteiros, pra si, principalmente. Citei acima características minhas que subestim(ava) mas muito comentada por amigos variados - que percebiam mais que eu mesmo. Talvez por essas coisinhas, as quais me segurei e que não me pertecem, tenham me impedido de perceber a importância da arte em minha vida, a necessidade de me expressar. Não, talvez não, estou certíssimo quanto a isto, tanto que precisei, num extremo sentado ao chão, dizer que não queria entrar 2008 trabalhando como professor. Descobri a locução que logo me levou ao teatro e que me trouxeram aqui. Claro, houve grande disponibilidade de minha parte, vontade, querer, fazer... mas uma pessoa foi muito importante nesse processo todo de libertação e reconhecimento de mim mesmo, o Marcio (aproveito este espaço público para agradecê-lo, que tanto me ajudou em minhas reflexões, jamais conclusivas).
Agora, ao ler Marina Lima - De Alma Inteira (título da matéria) me fez ler a mim. No quanto esta artista que pouco conheço, mas muito escrevo em seu blog, pode apresentar, representar - como o meu amado Rio.  Aprendi com a matéria, "o" importante, o que representa a minha busca, neste momento: achar um jeito meu de ser o que quero ser sob o que já sei de mim e o que ainda sou.

Nem um pouco complicadinho, de muito fácil acesso e sempre envolto no belo processo do auto-viver.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Descoberta!!!!

Bem, como todos sabem, ao menos poderiam saber rsrsrs, minha caminhada pelas artes começou mesmo em 2008, quando decidi estudar locução - o que sou apaixonado. A locução é diferente da atuação teatral - onde não é você mesmo, mas uma personagem, caricata ou não, que tem outro nome, outra idade, outra história, outra vida. Na locução sou eu mesmo, Saulo Taveira Peixoto, improvisando, informando, dando pitacos pessoais num microfone.
Somente hoje, mais de dois anos depois, ouço o áudio dos programas feitos com a Mariana Beheregaray, na web rádio Nova RPB.
É engraçado me ouvir tanto tempo depois, me reconhecer; conhecer, na verdade. Aí entra a semelhança com atuar em TV, o artista se ver ou ouvir é estranho, no mínimo curioso. Eu fico rindo, sozinho. É legal demais. Estou todo bobo, um menino descobrindo, um surdo ouvindo pela primeira vez, é assim que sinto, meus ouvidos estão descobrindo minha própria voz - isso é lindo! Não vou julgar o que estava sendo dito, estávamos aprendendo, foi tudo tão espontâneo, tão puro. Nem me lembro mais o quanto estávamos tensos, preocupados... engraçado demais tudo isso. :)

Mas também muito triste: eu realmente não me conheço, me subestimo - CARALHO - o que faço comigo mesmo?
Como foi legal a experiência, como está sendo bom, 2 anos depois, mais maduro, sabendo melhor o que quero... estou emocionado! Juro!
Mas fica o aviso sério, não se subestime, não seja seu próprio algoz. Permita-se, porque agora eu vou me permitir bem mais, certamente. Que surpresa eu me fiz!  hehe

Nessa última semana fui tomado por uma imagem muito bonita e quero dividí-la agora, pois muito me foi revelado: algumas nuvens cobriam o céu, parcialmente, era noite, mas vi que ele, o céu, estava lá, estrelado, apenas, repito, parcialmente coberto. Ontem, quarta feira, 16/06/2010, o céu, aqui em Rio das Ostras estava completamente aberto, creio que nem poeira havia no ar, de tão limpo, lindo, imponente... e me dizendo: EU SEMPRE ESTIVE E ESTAREI AQUI, BASTA QUE LEVANTES A CABEÇA, MEXA ESSE PESCOÇO, RAPAZ. AS NUVENS SÃO PARTE DO MISTÉRIO, SÃO PARTE DA BELEZA, DE MIM. É a mais pura verdade, o céu falou comigo, tenho certeza. Me ouvir hoje foi descobrir o meu céu, eu-céu, ver/reconhecer as nuvens que me envolvem. Mas estou aqui, sempre estarei.

Fiquem em paz, descubram-se, permitamo-nos. - AMÉM.

Confissões

Fui preencher o restante dos tópicos do perfil no blogspot e me deparei com algumas coisinhas...
Como assim um ator, locutor - artista, não gosta de ler? Bom, mas falo de livros. Realmente não sou chegado a eles, apesar de adorar ganhá-los, amar o cheiro d'um novo - como se fosse um carro 0 KM. São poucos os livros que me dispertam; mas também quando gosto de algum, leio-o duas, três vezes no mesmo ano.
Adoro as crônicas, contos, são independentes, livres, e as postagens? rsrsrs
Estarão sempre alí, quando quiser elijo uma e leio, como em "Maktub" de Paulo Coelho. Gosto de pegar e ser surpreendido com o texto, e não ficar preso dias numa mesma história. A vida é múltipla, pra quê só alguns personagens quando se pode experimentar tantos outros...?
Contudo, pensando enquanto escrevo, isso revela uma certa pressa, impaciência, ansiedade, desprezo pelo duradouro - afinal um livro de 400 páginas é bem grandinho e não é lido no mesmo dia.
Será mesmo que não gostar de livros ou longas histórias me revelam um cometa? Acho até bonito, o cometa passa, deixa um lindo rastro brilhoso e a sensação de que tudo seria perfeito com ele se permanecesse no céu. A passagem do cometa não apresenta as imperfeições daquela relação, ele não se mostra de verdade.

...

Pensando bem, um papo na fila do banco pode ser muito revelador, verdadeiro, profundo, intenso. Uma simples passagem pode trazer o caos e a perfeição; milhares param pra assistir a um cometa e comentar antes ou depois da sua vinda.

Poxa, mas eu gosto do duradouro, do que o tempo conserva, eterniza.
Tá eu continuo não gostando de livros longos, mas se for interessante, eu leio.
Ah, quer saber de uma coisa: o que é duradouro? Afinal a precisão do tempo é relativa, agora?, presente?, passado?, futuro?

Gostar de postagens, contos, crônicas e peças revela apenas que eu gosto de peças, crônicas, contos e postagens.

Ser-se

Tanta coisa lida, apreendida, conversada. Gente nova, gente velha, conhecidos antigos, conhecidos novos, desconhecidos.
É curioso como cada um traz um pouco, agrega algo à nossa vagante alma vivente. É preciso estar atento a tudo o que nos cerca, que chega a nós, que enviamos ao outro.

Livrar-se, libertar-se, ser-se. Esta é, talvez, a maior das questões do homem ocidental. A gente já não se reconhece mais ante o espelho, não sabe quem é, o que quer..., e aos que dizem saber, eu pregunto três vezes, e só me convenço se não vacilarem em suas respostas rápidas, diretas, indubitáveis.
É preciso estar atento a sí, a não se perder com tantas influências, opiniões e aXismos descabidos.
Todos têm sempre uma "palavra amiga", ao menos em suas próprias opiniões; mas se a amiga é verdadeira, isso é outra história. As sabotagens têm carinha de cordeiro (pois é, sou Cordeirense - Rio de Janeiro), não de lobo mau. E confesso não aguentar mais esse fazer mal querendo-te bem. Não é justificativa, pode, no máximo, ser uma péssima explicação, mas mantenho o meu direito à revolta, raiva, incompreensão, decepção. Em nome do querer bem, do amor, pessoas morrem.
Tem mesmo que haver tanta compreensão no mundo? E incompreensão? Cada ser é único, ame-o como a ti mesmo - já dizia Jesus antes de todo esse caos - ou diante daquele caos. Não é necessário passar pelo crivo do consciente. Ana Carolina, num show, declama um texto lindo que diz: "todo sentimento precisa de uma passado pra existir, o amor não, ele cria como que por encanto..."
Mas a gente ainda tem vergonha de amar, de receber o outro sem julgamentos ou reservas.
E pior, a gente ainda espera que o outro nos receba sem julgamentos ou reservas, ainda pedimos pra ser aceitos. Porquê pedimos isso? Quem disse que o outro tem que me aceitar ou que eu precise ser aceito pelo outro? Dá pra conviver, viver, compartilhar, discutir, trocar... Nunca haverá aceitação, eu sou eu, você é você, o outro é ele. Mas pode haver amor infinito, incondicional, indeterminado, simplesmente AMOR.

Deu preguiça... vamos almoçar? Tempero do dia: Amor.

domingo, 13 de junho de 2010

Identidade

Vale a pena ver esse vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=BDcFa16ZisY&a=y9FTbrT5m3g&playnext_from=ML&playnext=1

Primeiro que ela - Bethânia cantando é MA-RA-VI-LHO-SA. Segundo, que o vídeo começa com a interpretação de um texto - lindo por sinal - onde é possível observar a já formada IDENTIDADE artística e interpretativa dela. Claro, a juventude tem pressa, e observo isso em sua "leitura" - e reconheço a mim com grande satisfação e alegria, sem o menor pudor ou modéstia.
Sabedoria, experiência adquirida nas "estradas são feitas de passos"... os anos são fundamentais. Como é lindo envelhecer, crescer; e ainda assim não perder a cara, o jeito, a IDENTIDADE, mas amadurecer, conhecer-se.

Me recordo de duas coisas: a 1ª é quando Bethânia conta no álbum "Maricotinha - ao vivo" que, quando cantava, ainda jovem, no início da carreira, nas boates em São Paulo e Rio de Janeiro, sentia que alí ela aprendia o seu ofício. O 2º foi há pouco tempo, Ana Maria Braga perguntando à Cristiane Torlone, após ver imagens da atriz de 1976, sobre a garota da imagem e a mulher de hoje, como ela faria a cena vista, como diria o texto e usaria a emoção após tantos anos... Torlone, sem pestanejar disse que é a mesma motivação, a mesma verdade - que se se perde a "essência verdeira" após/com e por causa da técnica e experiência, perde-se o jogo.

A arte nos traz alegrias e satisfações da meninice. O artista jamais pode perder o novo, o tesão, a verdade. Ele amadurece, mas o Jesus "que fugiu para o sol e desceu pelo primeiro raio que abriu... uma criança bonita, de riso natural... damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo, que nunca pensamos um no outro... ele dorme dentro da minha alma..." Esse, sempre iluminará a todos pelo sorriso do artista.

Saulo Taveira.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Nossa...

Estou mesmo retornando ao início de tudo, o título do blog, que eu não havia observado, continua "minha voz, meu caminho" e coloquei na abertura a palavra "partitura". É mesmo a união locutor/ator. É mesmo o regresso a um tempo não esquecido - 2008 - conversas na rua em Nova Friburgo com o Marcio, medos, anseios, perguntas que movem o mundo, que movem a mim.
Que surpresa legal, que sentimento bom que sinto enquanto escrevo. É, meu caminho está traçado, não há volta, preciso me acalmar. rsrs

Bom tudo isso.

É.

Nossa, tô levando uma coça pra entender isso tudo aqui, é muita informação pra mim. rsrs
Mas muito bom apanhar e aprender. hehe

Bom, tô mesmo interessado em movimentar isso tudo. Me animei com a nova possibilidade - ensaiando uma peça que não divulguei ainda - minha nova demo, com uma cara nova, a minha cara.
É, acho que o sangue tá voltando a correr quente, depois de uma tarde fria, com pancadas de chuva e um certo desespero sobre o que será do futuro... Ah, caralho, o futuro ao futuro pertence. A palavra de ordem é: dane-se (seria outra, mas não fica elegante) (quer saber: elegancia é o caralho, é o meu espaço, sou eu; foda-se) - foda-se. Não quero pensar no futuro, - na elegancia - quero que tudo aconteça natural, conscientemente; e penso trabalhar para o melhor. Também quero tirar o gerundio da minha fala - ia escrever "penso estar trabalhando pro melhor" rsrs uma merda esse continuismo, gerundismo descabido, impreciso, incerto(coisa de atendente de telemarketing). Tudo é certo, só não sei, ainda, o que é.
Ensaiando a peça, divulgando a "demo" e louco pra pôr as mãos na massa. É, fazendo o que posso estou, agora é continuar a preparação e viver o processo.

Saulo Taveira.
amigo, marido, filho, irmão, profissional, eu.