quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ser-se

Tanta coisa lida, apreendida, conversada. Gente nova, gente velha, conhecidos antigos, conhecidos novos, desconhecidos.
É curioso como cada um traz um pouco, agrega algo à nossa vagante alma vivente. É preciso estar atento a tudo o que nos cerca, que chega a nós, que enviamos ao outro.

Livrar-se, libertar-se, ser-se. Esta é, talvez, a maior das questões do homem ocidental. A gente já não se reconhece mais ante o espelho, não sabe quem é, o que quer..., e aos que dizem saber, eu pregunto três vezes, e só me convenço se não vacilarem em suas respostas rápidas, diretas, indubitáveis.
É preciso estar atento a sí, a não se perder com tantas influências, opiniões e aXismos descabidos.
Todos têm sempre uma "palavra amiga", ao menos em suas próprias opiniões; mas se a amiga é verdadeira, isso é outra história. As sabotagens têm carinha de cordeiro (pois é, sou Cordeirense - Rio de Janeiro), não de lobo mau. E confesso não aguentar mais esse fazer mal querendo-te bem. Não é justificativa, pode, no máximo, ser uma péssima explicação, mas mantenho o meu direito à revolta, raiva, incompreensão, decepção. Em nome do querer bem, do amor, pessoas morrem.
Tem mesmo que haver tanta compreensão no mundo? E incompreensão? Cada ser é único, ame-o como a ti mesmo - já dizia Jesus antes de todo esse caos - ou diante daquele caos. Não é necessário passar pelo crivo do consciente. Ana Carolina, num show, declama um texto lindo que diz: "todo sentimento precisa de uma passado pra existir, o amor não, ele cria como que por encanto..."
Mas a gente ainda tem vergonha de amar, de receber o outro sem julgamentos ou reservas.
E pior, a gente ainda espera que o outro nos receba sem julgamentos ou reservas, ainda pedimos pra ser aceitos. Porquê pedimos isso? Quem disse que o outro tem que me aceitar ou que eu precise ser aceito pelo outro? Dá pra conviver, viver, compartilhar, discutir, trocar... Nunca haverá aceitação, eu sou eu, você é você, o outro é ele. Mas pode haver amor infinito, incondicional, indeterminado, simplesmente AMOR.

Deu preguiça... vamos almoçar? Tempero do dia: Amor.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sem palavras, fiquei emocionado.

ANGELICA LINS disse...

Vim aqui, levei algum tempo lendo uma a uma as tuas postagens.
Esse texto Ser-se reverberou aqui. Gosto desse sentir com intensidade, gosto de temperar meu dia com amor.

:)

Voltarei com certeza!
Abraço