domingo, 20 de junho de 2010

Influência-sujeitado x sujeito-influenciado

Feliz e triste ao mesmo tempo, será possivel, e por um mesmo ser?

É curioso como um ser "virtual" na comunicação mas muito real em expressão pode mexer conosco. À tarde queria escrever sobre como os braços nos atrapalham pra dormir: não há onde pô-los (rs), mas agora, após algumas leituras... falo da Marina Lima;
de uma influência gostosa, prazerosa, (li há pouco num blog a autora confessando-se, felizmente, influenciável, e eu também alegre com isso - recente, ou talvez nem tanto assim, já que o Marcio fala dela há três anos e meio).
Marina deu uma entrevista à revista MITSUBISHI que traz suas superações, resoluções, uma mulher à beira dos 55 anos.
Ela é uma artista que chama a minha atenção por sua história - pouco conhecida por mim, penso -, por sua voz e cantar que sempre, mesmo antes desse ponto de contato, me remetem ao Rio de Janeiro. Ouvir Marina me faz sentir o cheiro do Rio, não os de gasolina e batata frita como a Bethânia sentia quando chegou a Copacabana, mas um cheiro de história, vida, liberdade, auto-conhecimento, auto-expressão, de encontrar-me, desvendar-me, cheiro de mim. Marina Lima, em minha vida e expressão é sinônimo de Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa.
A Ana Carolina canta "as fotos que eu tirei de você só revelaram a mim" e Marina revela a mim e à minha força de vida, minha espontaneidade, minha criatividade, minha arte em seu cantar; talvez mais antes que hoje, mas ainda assim é a única em quem reconheço isso de mim; sim, por minha idolatria e sua proximidade com o Rio de Janeiro, mas é ela a única capaz de me proporcionar tal prazer.
Ah!, temos algo em comum, ela morou na Lagoa por 12 anos; eu, desde os 12 sonho em morar lá.
Percebia em Lima um peso, fardo (talvez), metodicidade - que reconheço, AINDA, em mim. Mas na entrevista citada acima ela está leve, jovial, bem resolvida, num estado invejado até; muito desejado por mim, pelo menos (venho lutando por leveza e resoluções há tempos, e espero não precisar - como vi em "Sentido", no blog InterTextual - "nem uma vida inteira basta"). Tenho urgência! E não creio ser algo da juventude, sim de quem está sedento como estou,? é como sou!.
Vi tantas imagens em sua entrevista, me emocionei num tamanho sem igual. Ela completará 55 anos em setembro, eu 28 em agosto e me sinto indo bem em minha jornada. Estou aprendendo sobre mim coisas inimagináveis, descobrindo um EU fantástico que escondo debaixo de valores, morais e manias que não são pertences meus, coisas completamente descartáveis que, ao largá-las à margem de meu caminho, me permitirão alcançar, não o que ela alcançou no auge de seus quase cinquenta e cinco anos, mas o que posso alcançar de mim e em mim no auge dos meus quase vinte e oito anos. A gente se camufla em bobagens, bagagens-pesos que não nos permitem nos mostrar inteiros, pra si, principalmente. Citei acima características minhas que subestim(ava) mas muito comentada por amigos variados - que percebiam mais que eu mesmo. Talvez por essas coisinhas, as quais me segurei e que não me pertecem, tenham me impedido de perceber a importância da arte em minha vida, a necessidade de me expressar. Não, talvez não, estou certíssimo quanto a isto, tanto que precisei, num extremo sentado ao chão, dizer que não queria entrar 2008 trabalhando como professor. Descobri a locução que logo me levou ao teatro e que me trouxeram aqui. Claro, houve grande disponibilidade de minha parte, vontade, querer, fazer... mas uma pessoa foi muito importante nesse processo todo de libertação e reconhecimento de mim mesmo, o Marcio (aproveito este espaço público para agradecê-lo, que tanto me ajudou em minhas reflexões, jamais conclusivas).
Agora, ao ler Marina Lima - De Alma Inteira (título da matéria) me fez ler a mim. No quanto esta artista que pouco conheço, mas muito escrevo em seu blog, pode apresentar, representar - como o meu amado Rio.  Aprendi com a matéria, "o" importante, o que representa a minha busca, neste momento: achar um jeito meu de ser o que quero ser sob o que já sei de mim e o que ainda sou.

Nem um pouco complicadinho, de muito fácil acesso e sempre envolto no belo processo do auto-viver.

2 comentários:

controvento-desinventora disse...

ótimo texto. Adorei. O jogo dos eus é eterno...
Obrigada pela visita ao meu blog.

Anônimo disse...

Excelente título, brilhante ilustração, expressivas imagens.
Gostei.